A série de embarcações construídas no Arsenal de Marinha de Santos durante o período de 1825 a 1827 encerrou-se com o lançamento ao mar da Canhoneira Grenfell, bela escuna armada com oito peças. Foi batizada em homenagem ao oficial inglês John Pascoe Grenfell, que veio ao Brasil durante a Guerra de Independência, acompanhando Lord Cochrane, com quem lutou nas marinhas do Chile e do Peru. Grenfell, em pouco tempo, ganhou grande reputação na Marinha brasileira, tendo entre seus feitos o de garantir a adesão da Província do Pará à causa da Independência em 1823, utilizando-se de apenas um brigue para convencer os recalcitrantes. Durante a Guerra da Cisplatina, notabilizou-se em diversas ações, perdendo um braço no comando do Brigue Caboclo, na já mencionada batalha de Lara-Quilmes. A Canhoneira Grenfell, batizada sob um bom nome para um navio de guerra, teve uma das mais brilhantes folhas de serviço para um navio de sua categoria. Em agosto de 1827, tendo deixado o estaleiro pouco antes, encontrava-se na sua viagem inaugural em direção ao teatro de operações no Prata, estava sob o comando do Segundo-Tenente Francisco Xavier de Brum. Nesse mesmo dia, na costa do Uruguai, perto do Cabo Santa Maria, a tripulação da canhoneira avistou um corsário argentino, o Estrella del Sur, do Comandante Andrea. Após um decidido combate, o corsário se rendeu, “na que foi considerada uma das mais auspiciosas estreias de navio brasileiro.”
Referência: Obras do Barão do Rio Branco VI : efemérides brasileiras. /Rodolfo Garcia, organizador. – Brasília: FundaçãoAlexandre de Gusmão, 2012, página 31
John Pascoe Grenfell
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